10/08/22
Bixa orellana L., planta proveniente do bioma amazônico usada nos compostos bioativos da Ages Bioactive


A Ages Bioactive, que desenvolve e comercializa compostos bioativos naturais de alta funcionalidade do bioma amazônico, é a primeira investida do Fundo de Floresta e Clima, criado pela gestora de venture capital KPTL, que investe em mais de 100 startups tecnológicas que impactem o meio ambiente e as comunidades de forma positiva. Foi o Fundo Vale, em 2021, que fez a seleção da KPTL para lançar e gerir o Fundo de Floresta e Clima, e hoje atua como parceiro estratégico da gestora.

A empresa tem sól​ida base científica e tecnológica para elaborar produtos com foco em longevidade e healthspan (tempo que uma pessoa vive livre de doenças crônicas que podem surgir com o envelhecimento). Atualmente, está desenvolvendo sete novos produtos em três frentes: mobilidade, síndromes metabólicas e performance celular. Além disso, iniciou um processo de internacionalização e ampliação da equipe de 46 para 60 colaboradores nos próximos 90 dias.

Dois produtos de sua linha já estão sendo comercializados. Um deles é o Chronic, extrato natural fitocomplexo que atua no sistema musculoesquelético para prevenir e modular problemas de osteopenia, osteoporose, artrite, artroses, mialgias, sarcopenia, fragilidade óssea, entre outros. O outro é o Ormona, complexo bioativo que apresenta propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes e atua na modulação hormonal feminina, contribuindo para a saúde ovariana, e na performance mitocondrial.

Ambos os produtos contam com a tecnologia Evolve​, patenteada pela empresa, que permite uma maior biodisponibilidade dos compostos bioativos, muito importante quando se trata de produtos naturais. Eles podem ser adquiridos em farmácias de manipulação e devem ser recomendados por médicos e nutricionistas, público-alvo da startup.

A Ages Bioactive receberá R$ 3 milhões em sua primeira rodada de captação, que pode totalizar R$ 8 milhões em até dois anos

Fundada em 2020, a empresa receberá R$ 3 milhões em sua primeira rodada de captação – que pode totalizar R$ 8 milhões em até dois anos. Os recursos ajudarão na ampliação do pipeline de desenvolvimento de produtos, ampliação do time de pesquisa e na iniciação de novos estudos clínicos da Ages Bioactive.

O co-fundador e diretor científico de P&D da empresa, professor Dr. José Carlos Tavares, é especialista em bioma amazônico, com mais de 30 anos de experiência em fármacos, e membro da Real Academia Nacional de Farmácia da Espanha.


Gargalos do reflorestamento


A iniciativa da KPTL é pioneira no universo do venture capital brasileiro e prevê captar até R$ 200 milhões em aportes em dezenas de startups que apresentem soluções inovadoras para destravar gargalos na agenda do reflorestamento ao longo dos próximos cinco anos.   

A gestora acredita que o Brasil tem condições de ser protagonista global em inovações para a sustentabilidade, pois tem um ecossistema muito favorável a esse tipo de desenvolvimento. Mas, para isso, é essencial fomentar novas tecnologias, como a da Ages Bioactive, por meio de iniciativas como o fundo, que busca contribuir para o desenvolvimento da competitividade dos negócios ligados à floresta e ao clima.

Na escolha da Ages, por exemplo, além da visão mais operacional do negócio, foi avaliada a intencionalidade e o impacto potencial da empresa em várias dimensões, especialmente na cadeia, que conta com famílias de agricultores, extrativistas, e pesquisa de ponta aplicada à bioeconomia. Dessa forma, o fundo cria condições de ajudar o empreendedor a crescer com mais robustez e responsabilidade.

Fabio Steinecke, Caio Agmont e Alejandro Espinola, sócios da Ages Bioactive, que produz compostos bioativos naturais de alta funcionalidade do bioma amazônico (Crédito: Felipe Rau)


O fundo continuará a busca por outras startups em diferentes estágios de desenvolvimento, em quatro verticais: florestas, carbono, bioeconomia e economia regenerativa. Isso inclui desde fintechs que desenvolvam soluções para créditos de carbono até agtechs que atuam com rastreabilidade e melhoramento genético, biofertilizantes e agricultura de precisão.  

O mapeamento de oportunidades de investimentos é feito pela equipe da KPTL em parceria com hubs de inovação, universidades e investidores-anjo de todo o país. Além da KPTL, atuarão na estruturação do fundo a aceleradora Troposlab e as consultorias Imaflora e Resultante, especialista em ESG. O Fundo de Floresta e Clima da KPTL tem duração prevista de 10 anos, podendo ser estendido por mais 2 anos.