Iniciativas inovadoras visam fortalecer a economia da floresta em pé, valorizar comunidades tradicionais e conectar sabores amazônicos ao consumo urbano

Às vésperas da COP30, a Associação de Sociobioeconomia da Amazônia (ASSOBIO), organização apoiada pelo Fundo Vale, avança no fortalecimento da sociobioeconomia regional por meio de iniciativas pioneiras: o selo “Aqui tem Bioeconomia”, a Vending Machine da Bioeconomia e a Vitrine ASSOBIO. São soluções criadas com o propósito de ampliar o reconhecimento e o acesso a produtos da floresta, conectar produtores ao consumo urbano, incentivar práticas sustentáveis, fortalecer cadeias produtivas locais e gerar impacto positivo para as comunidades que vivem e trabalham na Amazônia.
Selo “Aqui tem Bioeconomia”
O selo “Aqui tem Bioeconomia” foi lançado oficialmente em Belém, reunindo cerca de 35 empresários e profissionais do setor gastronômico paraense no restaurante Celeste. A iniciativa reconhece e valoriza estabelecimentos — como bares, restaurantes e cafeterias — que incorporam ingredientes amazônicos em seus cardápios, promovendo a sustentabilidade e a valorização da produção regional.
A proposta é aproximar os produtos da floresta do dia a dia da alimentação urbana, criando um círculo virtuoso entre quem produz com responsabilidade e quem consome de forma consciente. “O setor de alimentação tem um enorme potencial de engajamento. Ao usar insumos amazônicos, os estabelecimentos ajudam a construir uma economia sustentável. O selo ‘Aqui tem Bioeconomia’ é uma ferramenta de reconhecimento, mas também de compromisso com a floresta e com as pessoas que nela vivem”, explica Paulo Reis, presidente da ASSOBIO.
O evento de lançamento destacou todo o potencial dos ingredientes regionais, com degustações de pratos e drinks elaborados com produtos como cupuaçu cristalizado, shoyu amazônico, gin de jambu, castanha e hidromel, todos fornecidos por empreendedores da rede ASSOBIO. O movimento foi celebrado por profissionais como Rafael Barros, CEO do restaurante Amazônia na Cuia: “Conhecer os produtos da Amazônia fez muita diferença. Além de ajudar pequenos produtores, a gente também reduz custos e agrega valor à nossa culinária”.
Juliana Carepa, coordenadora do projeto “Aqui tem Bioeconomia”, reforçou o momento estratégico vivido pela região: “Estamos em um momento super importante, em que o mundo vai estar voltado para o debate climático e ambiental na cidade. Então, os nossos estabelecimentos também precisam estar alinhados com isso. É nosso compromisso fazer e incentivar que muitos estabelecimentos utilizem os produtos da sociobioeconomia de forma consciente. Além disso, vamos indicar esses estabelecimentos para os nossos parceiros institucionais e assim fortalecer essa rede tão importante e poderosa”.
Para conquistar o selo, o estabelecimento deve adotar de forma efetiva e contínua pelo menos um dos mais de mil produtos desenvolvidos pelos associados da ASSOBIO, priorizando ingredientes nativos como castanhas, frutas, óleos e especiarias. A avaliação é feita a partir de três pilares: compromisso com a sustentabilidade ambiental, impacto social positivo e valorização das cadeias produtivas locais.
Márcia Soares, gerente de Amazônia e Parcerias do Fundo Vale, destaca o impacto que a iniciativa gera na região: “Mais do que um diferencial para o setor gastronômico paraense, a iniciativa da ASSOBIO contribui diretamente para o fortalecimento da economia da floresta em pé. Cada produto amazônico que chega à mesa significa renda, dignidade e reconhecimento para as populações tradicionais, além do estímulo à conservação ambiental”.
Vending Machine da Bioeconomia e Vitrine ASSOBIO

Legenda: Paulo Reis, presidente da Assobio, e Tainh Fagundes, conselheira da Assobio e CEO da Da Tribu, empresa associada à Assobio. | Crédito: Divulgação.
Outro destaque das estratégias criadas pela ASSOBIO é a Vending Machine da Bioeconomia, que facilita o acesso de moradores e turistas aos sabores e saberes da floresta. As máquinas, instaladas em pontos estratégicos de Belém como o aeroporto e a Estação das Docas, disponibilizam aproximadamente 30 produtos, entre chocolates, castanhas, cosméticos e acessórios, todos desenvolvidos por empreendedores da rede ASSOBIO. Essa inovação não só amplia o alcance dos produtos amazônicos e sua visibilidade, mas também valoriza a produção sustentável e ajuda a inserir a economia da floresta em pé no cotidiano das grandes cidades.
Complementando o ecossistema de iniciativas, a Vitrine ASSOBIO funciona como um espaço itinerante de exposição e comercialização dos produtos desenvolvidos pelos associados. Entre eles, estão o gin de jambu, molhos de tucupi, granolas de tapioca, cosméticos naturais e biojoias. A proposta é proporcionar experiências sensoriais e aproximar o público da diversidade da produção regional, com participação em feiras, eventos e espaços estratégicos dentro e fora do estado.
Saiba mais sobre a ASSOBIO acessando https://www.assobio.org/