Com apoio do Fundo Vale, série de estudos traz análises quantitativas e qualitativas que ajudam a embasar a tomada de decisões de mercado e de políticas públicas

No dia 20 de março, durante o Impacta Mais 2025, em São Paulo, a Climate Ventures fez o lançamento oficial do projeto Onda Verde Insights 2024-2025. A iniciativa é uma série de publicações dedicada a diagnosticar e ativar o potencial da economia verde no Brasil, com base em dados robustos, experiência do ecossistema e diretrizes de atuação para políticas públicas e mercados sustentáveis.
A coletânea foi desenvolvida com o apoio de organizações estratégicas como Fundo Vale, Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Instituto Itaúsa, reforçando a articulação entre capital, conhecimento técnico e inovação socioambiental. As publicações, que se estenderão até a COP30, trarão análises aprofundadas sobre mercado, taxonomia sustentável, justiça climática e mapeamento de inovações em todo o território nacional.
Entre os destaques da série estão:
Introdução à Taxonomia Onda Verde: Um Mercado em Ascensão
Guia introdutório que apresenta os fundamentos da economia verde brasileira, seu potencial de crescimento e os critérios para classificar atividades econômicas sustentáveis, servindo como base para investidores, gestores públicos e agentes de impacto.
Ecossistema Onda Verde: Mapa da Inovação Verde no Brasil
Um retrato estatístico e qualitativo do ecossistema de inovação verde, incluindo tendências, atores-chave, políticas públicas, startups e movimentos que vêm construindo um Brasil mais resiliente e regenerativo.
Inovações em Justiça Climática
Estudo voltado a negócios e soluções com foco em justiça climática. A publicação busca revelar de que forma o empreendedorismo e a inovação podem reduzir desigualdades agravadas pelas mudanças climáticas, promovendo equidade e sustentabilidade de forma integrada.
O lançamento do projeto aconteceu durante um painel no Impacta Mais, com a participação de Amanda Magalhães, gerente de projetos da Climate Ventures, Thais Ferraz, diretora de programas do Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Liz Lacerda, da gerência de Amazônia e Parcerias do Fundo Vale.
“Estamos prototipando uma nova forma de investir”
Durante o lançamento do projeto, Liz Lacerda, da gerência de Amazônia e Parcerias do Fundo Vale, enfatizou a importância da iniciativa para impulsionar mecanismos financeiros inovadores e adaptados à realidade brasileira – especialmente no financiamento de negócios de impacto, com foco na bioeconomia e nas soluções baseadas na natureza.
“O Brasil tem uma excelente oportunidade de apresentar ao mundo um novo modelo de risco e retorno. Estamos prototipando uma forma diferente de investir na economia verde, considerando a diversidade e os desafios dos negócios de base comunitária, pequenos e médios empreendedores e diferentes fases de maturidade”, afirmou Liz.
Ao comentar sobre a estrutura criada pelos estudos, Liz reforçou que o projeto oferece um olhar capaz de pavimentar novos caminhos para o financiamento climático e socioambiental: “É ouro ter acesso a dados qualitativos e quantitativos como os que o estudo traz. Isso permite a tomada de decisão com mais segurança, tanto por parte dos investidores quanto por parte dos empreendedores, e amplia as possibilidades de inovação financeira,” ressaltou.
Outro ponto destacado por Liz é a relevância da taxonomia sustentável brasileira, que está em desenvolvimento pelo governo federal com participação do setor privado e da sociedade civil. Essa taxonomia será essencial para distinguir o que é, de fato, sustentável, além de orientar políticas públicas, compras governamentais e iniciativas empresariais com base em critérios claros e inclusivos.
“A taxonomia tem o poder de direcionar capital para setores estratégicos, e seu desenho atual tem se mostrado bastante favorável às pequenas e médias iniciativas, contribuindo para o fortalecimento de cadeias de valor mais inclusivas e sustentáveis”, apontou.
A Climate Ventures e seus parceiros esperam que o projeto sirva como um marco na valorização do Brasil como protagonista na agenda climática global. As publicações estarão disponíveis no site do projeto e serão lançadas progressivamente até o final do ano.
Impacta Mais 2025 e Fundo Vale

Realizado pelo Impact Hub São Paulo, em coidealização com o ICE (Instituto Cidadania Empresarial), patrocínio e parceria do Fundo Vale e de diversas organizações, o evento foi elaborado em cocriação com personalidades do ecossistema de impacto. Entre os dias 19 e 20 de março, mais de 2,8 mil pessoas acompanharam os painéis que contaram com mais de 330 painelistas nacionais e internacionais.
Márcia Soares, gerente de Amazônia e Parcerias do Fundo Vale, participou do painel “COP 30: Impulsionando uma Jornada de Impacto Ambiental Positivo”, que abordou a urgência de ações coletivas para enfrentar a crise climática e promover a sustentabilidade no Brasil, especialmente em um contexto de crescente vulnerabilidade social e ambiental. Ela mencionou que, apesar da consciência crescente sobre os problemas ambientais, é essencial focar na implementação de acordos e na mobilização de recursos para uma economia de baixo carbono. Ela também sublinhou a necessidade de que todos, desde grandes investidores até indivíduos comuns, considerem o impacto climático de seus investimentos. “Se colocarmos a lente do clima nos nossos investimentos, a gente consegue apoiar muita coisa. Comece a pensar com a lente do clima!”, incentivou Márcia.

Com o patrocínio do Fundo Vale, o evento contou com uma trilha especial dedicada à Amazônia, abordando desafios e soluções para a região. A programação incluiu debates sobre o fomento a negócios sustentáveis, oportunidades para conexões estratégicas, a amplificação das vozes dos empreendedores locais e a valorização de perspectivas que posicionem os atores da região como protagonistas.
Liz Lacerda enfatizou a necessidade de apoiar negócios de impacto em diversas fases de maturidade, desde a ideação até a escalabilidade. Ela mencionou que o Fundo Vale atua no fortalecimento de associações e cooperativas, além de implementar programas de aceleração e incubação.
“Quando falamos de Amazônia, não estamos falando de pouca coisa. Estamos falando de metade do território brasileiro e de um ecossistema que é muito mais conectado do que se imagina”, comentou.