09/11/23

A iniciativa é realizada na Resex do Rio Gregório, no Amazonas, com a intenção de apoiar o empoderamento comunitário, melhorar a infraestrutura básica, a geração de renda e as condições de saúde e educação das 224 famílias que vivem na Reserva. 

Vinte e sete comunidades, 224 famílias, que englobam cerca de 1.015 pessoas, numa área de 477.042 hectares. Os números ajudam a dar a dimensão dos desafios diários vividos na Reserva Extrativista (Resex) do Rio Gregório, que incluem  insuficiência de recursos financeiros destinados à gestão e fiscalização, fragilidade da economia extrativista, ausência de políticas de desenvolvimento social, entre outros. É nesse cenário que atua o projeto em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). 

O projeto, que teve início em 2023, vai trabalhar o combate à pobreza extrema por meio de cinco  pilares: acompanhamento familiar multidimensional, empoderamento comunitário, geração de renda, infraestrutura comunitária e monitoramento ambiental. Para isso, ao longo de dois anos, serão desenvolvidas, dentre outras ações, treinamentos para o fortalecimento das organizações sociais de base comunitária; encontros para estimular a participação e a formação de jovens líderes; apoio para a melhoria das infraestruturas comunitárias; e qualificação de agricultores familiares, extrativistas e pescadores artesanais, por meio de técnicas e tecnologias aplicáveis, visando a redução de custos, a segurança e a saúde laboral. 


É importante mapear as políticas públicas de acesso a educação, saúde e renda. Nosso trabalho é conhecer a rotina dessas pessoas para aproximá-las dessas políticas públicas. Seremos propositivos junto ao poder público para levar soluções básicas a essas localidades“, enfatiza Mônica Fonseca, analista de fomento e parceria do Fundo Vale.  

Esta iniciativa faz parte da meta da Vale de apoiar a saída de 500 mil pessoas da pobreza extrema até 2030, e que faz parte da Ambição Social da mineradora, anunciada em 2021. Esse compromisso está alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, especialmente à ODS 1, e adota a compreensão da pobreza como um fenômeno multidimensional, considerando uma abordagem voltada para o Acompanhamento Familiar Multidimensional (AFM), a partir de cinco dimensões – educação, renda, saúde, nutrição e infraestrutura. O foco, portanto, é nas famílias, no acompanhamento e no encaminhamento para as políticas públicas e para os programas sociais existentes em cada localidade, verificando os impactos no cotidiano e na situação de vulnerabilidade encontrada, reconhecendo as diferentes incidências das privações nos contextos urbano, rural e florestal. 

No momento, estão acontecendo testes de conceito nos estados do Pará, Maranhão, Amazonas e Rio de Janeiro. O projeto realizado pela FAS compõe esse portfólio.  

Por meio dessa parceria, a FAS, o Fundo Vale e a Vale esperam abrir um amplo diálogo com governos, instituições da sociedade civil e outras corporações. A experiência do Fundo Vale e a conexão com negócios de impacto socioambiental positivo visam colaborar com a geração de renda para essas comunidades.
 
Dentro da Teoria da Mudança (TdM), o projeto dialoga na contribuição do Fundo Vale com os Compromissos Vale de Sustentabilidade, além do potencial catalisador dessas iniciativas que irão gerar renda para as comunidades tradicionais da floresta, ampliando a qualidade de vida de importantes guardiões da floresta, pessoas que vão manter essas áreas protegidas, com uma exploração em baixa intensidade.  

Seca histórica na Amazônia 

Diante de uma crise hídrica sem precedentes no Amazonas; a segunda mais grave em 13 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); comunidades remotas, como a da Resex Rio Gregório, ficam ainda mais vulneráveis. Isso porque a seca extrema afeta o transporte fluvial e, com isso, o acesso a alimentação, saúde e educação – que já é limitado – fica ainda mais precário. Esse cenário reforça, ainda mais, a importância de ações de enfrentamento à crise climática e combate à pobreza por meio da ampliação das ações de proteção social e adaptação de soluções sustentáveis para populações ribeirinhas, como as que já estão sendo desenvolvidas pelo projeto.
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Sobre a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) 

Organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia por meio de programas e projetos nas áreas de educação e cidadania, saúde, empoderamento, pesquisa e inovação, conservação ambiental, infraestrutura comunitária, empreendedorismo e geração de renda.  
 
A FAS tem como missão contribuir para a conservação do bioma, para a valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade e para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia.  

Em 2023, a instituição completa 15 anos de atuação com números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 40% no desmatamento em áreas atendidas entre 2008 e 2021.  

Saiba mais em https://fas-amazonia.org/