O diretor Gustavo Luz participou do painel “Do Desperdício ao Crescimento: Escalando a Bioeconomia e a Circularidade para Negócios Sustentáveis”

Durante o World Circular Economy Forum 2025 (WCEF2025), realizado nos dias 15 e 16 de maio no AYA Hub, em São Paulo, lideranças empresariais e representantes do setor financeiro e representantes do setor público debateram caminhos para impulsionar a bioeconomia e a circularidade no Brasil. O painel contou com a moderação de Danielle Berini, coordenadora de Políticas Públicas para a Sustentabilidade da TSC Brasil; Fábio Guido, superintendente de Sustentabilidade e Estratégia ESG do Itaú Unibanco; Gustavo Luz, diretor do Fundo Vale; Ana Carolina Carregaro, diretora de Relações Institucionais da Nestlé e Vice-Chair da Comissão de Políticas de Comércio e Investimentos da ICC Brasil; e Ângela Pinatti, Chief Sustainability Officer da Natura.
Os participantes reforçaram a urgência de soluções em escala baseadas em ciência, inovação, parcerias multissetoriais e investimento em capital humano e tecnológico para que a bioeconomia cumpra seu papel estratégico no desenvolvimento brasileiro e na resposta à crise climática global.
Financiamento e escala
Gustavo Luz ressaltou a necessidade urgente de viabilizar soluções capazes de alcançar escala econômica e social na região amazônica. O diretor do Fundo Vale enfatizou que, para que a bioeconomia atinja seu potencial de promover desenvolvimento sustentável, é essencial criar arranjos que combinem financiamento, inovação tecnológica e fortalecimento das cadeias produtivas.
Ele apontou desafios de operacionalizar e escalar modelos sustentáveis, como a falta de tecnologia adaptada, a necessidade de desenvolvimento de capital humano e a importância de articular parcerias entre empresas, organizações sociais e governos.
Gustavo também citou exemplos de iniciativas do Fundo Vale na Amazônia, que vão desde o apoio à cadeias produtivas em áreas protegidas, incentivo à agrofloresta em larga escala até a participação em mecanismos de financiamento misto para destravar investimentos, acompanhados de assistência técnica às comunidades e negócios da região.
“Temos que transformar experiências pontuais em soluções com escala econômica e social, buscando mecanismos de financiamento e assistência técnica que possam acelerar negócios de impacto na Amazônia e em todo o país. Inovar no desenho de produtos financeiros e apoiar a capacitação dos atores locais são estratégias determinantes para superar gargalos históricos e garantir que a bioeconomia se traduza em desenvolvimento socioeconômico e conservação”, afirmou.
A prosperidade da cadeia produtiva
Ana Carolina Carregaro, da Nestlé/ICC Brasil, destacou como a integração da ciência e da inovação fortalece as cadeias produtivas e ressaltou a necessidade de que a sustentabilidade traga prosperidade para todos os elos, em especial para o produtor rural.
“Só é possível falar em transformação quando toda a cadeia prospera. Sustentabilidade precisa se converter também em rentabilidade para quem está na base”, afirmou.
Produção inovadora e comunidades
Ângela Pinatti, da Natura, apresentou exemplos de como modelos que geram valor para comunidades e agregam tecnologia à produção tradicional são fundamentais para o sucesso da bioeconomia no Brasil. Ela destacou que garantir a prosperidade das famílias locais é condição indispensável para a conservação das florestas, apontando os impactos positivos da atuação da Natura na Amazônia.
“Manter a floresta em pé só será possível se as famílias que vivem dela prosperarem junto com as empresas”, disse.
O papel estratégico do setor financeiro
Fábio Guido, do Itaú Unibanco, abordou o futuro da economia nacional a partir do crédito sustentável, da exigência de critérios ambientais rigorosos e do apoio financeiro à transição para negócios de baixo carbono. Ele ressaltou que o setor financeiro ocupa posição central na jornada de circularidade e sustentabilidade do Brasil.
“A bioeconomia é uma ferramenta para evoluir nossa matriz produtiva e, ao mesmo tempo, garantir futuro sustentável aos próprios negócios que financiamos”, destacou.
Sobre o World Circular Economy Forum 2025
O WCEF ocorreu pela primeira vez no Brasil e envolveu parceiros nacionais e internacionais empenhados em aprofundar desafios estratégicos da transição para uma economia circular. Os encontros presenciais, cocriados com organizações como Veolia Brasil, ICC Brasil, Systemiq, Chatham House, EMERGE Brasil e Numerik, reuniram representantes de governos, empresas, startups e entidades multilaterais em dinâmicas colaborativas e interativas, promovendo trocas práticas para avançar em temas como reaproveitamento de resíduos, modelos de negócios inovadores, cooperação global e bioeconomia.