Evento é um dos mais importantes da região para o fortalecimento da sociobioeconomia protagonizada por comunidades amazônicas
O Fundo Vale participou da 10ª Semana do Extrativismo (SEMEX), realizada entre 21 e 25 de maio, na aldeia Ita’aka, terra indígena Koatinemo, do povo Assurini, na região do médio Xingu, em Altamira (PA). Realizado pela Rede Terra do Meio – formada por 35 organizações comunitárias de territórios indígenas, unidades de conservação e assentamentos de agricultura familiar – o evento anual recebe representantes de órgãos públicos federais, estaduais e municipais, empresas, instituições financeiras e organizações não governamentais para diálogos e rodadas de negócios com os povos extrativistas, indígenas e ribeirinhos.
Entre os temas do encontro, estiveram o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), o Fundo Terra do Meio, políticas públicas de aquisição de alimentos como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O evento também foi marcado pelo debate sobre o impacto das mudanças climáticas na safra da castanha-do-brasil – principal produto das cadeias apoiadas pela rede. Nesse contexto, a repactuação das estratégias, o mapeamento conjunto de novas oportunidades e o diálogo sobre soluções inovadoras se mostraram fundamentais.
Além dos diálogos sobre políticas públicas, a SEMEX promove a integração entre as comunidades locais, doadores, investidores, instituições financeiras e potenciais compradores, proporcionando um amplo espaço para a valorização dos produtos da sociobiodiversidade. Os convidados participam com o intuito de colaborar e investir em estratégias coletivas que promovem os modos de vida tradicionais, a conservação da floresta e a economia baseada em produtos florestais comercializados sob a marca coletiva “Vem do Xingu”.
“O Fundo Vale mantém uma relação histórica com as comunidades da Terra do Meio. Nesses dias, tivemos a oportunidade de participar de um espaço fundamental para a articulação e consolidação de diretrizes e estratégias da rede. Nosso objetivo é fortalecer a cooperação, contribuir para a conservação da floresta e promover o desenvolvimento da sociobioeconomia valorizando os modos de vida tradicionais”, afirmou Márcia Soares, gerente Amazônia e Parcerias do Fundo Vale.
O Sustenta.Bio na Terra do Meio
O projeto Sustenta.Bio, parceria entre o ICMBio e o Fundo Vale, destinará R$ 24 milhões até 2027 para fortalecer a sociobiodiversidade na Amazônia, promovendo o uso sustentável de recursos florestais e fortalecendo a pesca artesanal em 14 áreas protegidas. Com apoio de organizações da sociedade civil, atua de forma abrangente nas cadeias produtivas amazônicas, promovendo melhorias em infraestrutura, qualificação técnica, produtos e acesso a mercados para escoamento da produção local.
Na Terra do Meio, o projeto atua em parceria com a Amoreri – Associação dos Moradores da Reserva Extrativistas do Iriri, que abrange a Resex Rio Xingu, Resex Rio Iriri, Resex Riozinho do Anfrísio e Esec Terra do Meio. Ao todo, são mais de 4,8 mil hectares protegidos por meio do manejo sustentável de recursos naturais liderados pelas comunidades tradicionais.
“Ao reforçar a governança de cooperativas e associações e promover capacitação profissional e melhorias em infraestrutura, criamos condições para que investidores, financiadores e compradores se aproximem dos negócios da sociobioeconomia que têm como protagonistas as comunidades locais”, destaca Mônica Fonseca, analista de Sustentabilidade do Fundo Vale responsável pelo acompanhamento do projeto em campo.