13/11/23

A conferência internacional Metrics from the Ground Up, promovida pela ANDE, no Rio de Janeiro, com apoio do Fundo Vale, impulsionou práticas de medição emergentes no mundo. Especialistas globais discutiram como as decisões orientadas por métricas podem potencializar o impacto das organizações. Juliana Vilhena, líder de Gestão de Impacto e Inovação Socioambiental do Fundo Vale, falou sobre a estratégia de gestão e mensuração de impacto, apresentou o GIMPACT, modelo criado dentro do Fundo Vale, e sobre o Índice de Maturidade em Gestão e Mensuração de Impacto (IMAGIMP), uma ferramenta autodiagnóstica, resultado do trabalho desenvolvido pela Move Social em parceria com a Fundação Certi e o Fundo Vale. 

Métricas são um elo entre empresas e iniciativas para a condução de transformações sustentáveis. Foi o que provou (e provocou!) a Aspen Network Development Entrepreneurs (ANDE), nos dias 23 e 24 de outubro, ao realizar mais uma edição da conferência Metrics from the Ground Up, com o apoio do Fundo Vale e do Tipping Point Fund on Impact Investing (TPF). Além de promover conexões, o objetivo do evento foi garantir que o conhecimento especializado em métricas de impacto circule no ecossistema de impacto socioambiental positivo, trazendo estudos de caso e especialistas com reconhecimento internacional.

Juliana Vilhena, líder de Gestão de Impacto e Inovação Socioambiental do Fundo Vale, fez parte da abertura da conferência, trazendo uma visão geral sobre a atuação do Fundo Vale e a importância da gestão e da mensuração de impacto. Além disso, liderou um painel com Nathalia Cipoleta, analista de sustentabilidade, gestão de dados e impacto do Fundo Vale; Elis Alquezar, sócia da Move Social; Beatriz Motta, analista ambiental da Belterra Agroflorestas e Ana Carolina Costa, analista de dados da Conexsus, no qual compartilhou experiências do GIMPACT, nosso Modelo de Gestão e Mensuração de Impacto, os desafios da implementação e os aprendizados em conjunto com a nossa parceira Move Social e as organizações que vêm se relacionando com o modelo, como a Conexsus e a Belterra. Assim, foi possível mostrar, na prática, como o GIMPACT é aplicado com essas iniciativas apoiadas pelo Fundo Vale. 

Poder apresentar o Modelo de Gestão e Mensuração de Impacto do Fundo Vale para outros atores do ecossistema é muito importante para que também possamos evoluir a partir da visão externa. Receber feedbacks é rico para todo o processo. Além disso, um dos objetivos declarados tanto na Teoria da Mudança 2030 do Fundo Vale, quanto no próprio GIMPACT, é compartilhar conhecimento. Se nosso modelo e nosso processo de construção puderem gerar ganhos para outras organizações, ficaremos honrados.”, explica Cipoleta e conclui: “ Conexsus e Belterra também são organizações com muito à compartilhar sobre gestão do impacto, então reunir toda essa prática em um só lugar foi inspirador“.

Pré-lançamento IMAGIMP 
 
Em primeira mão, Vilhena também anunciou a versão beta do novo Índice de Maturidade em Gestão e Mensuração de Impacto (IMAGIMP), uma ferramenta autodiagnóstica, desenvolvida pela Move Social em parceria com a Fundação Certi e o Fundo Vale. Segundo ela, o intuito é, a partir do uso de rubricas avaliativas, proporcionar reflexões sobre aspectos de gestão de impactos socioambientais das organizações, ajudando as iniciativas a entenderem em qual estágio do processo estão e já apontar alguns caminhos para a evolução. 

A ferramenta é um convite para as empresas avaliarem o ‘nível de maturidade’ em gestão de impacto. O intuito é ajudar o negócio a ter um plano de trabalho. A partir do diagnóstico, é possível criar um planejamento dividido em fases, com ações táticas, para começar a trabalhar com gestão e mensuração de impacto. Qualquer organização (da sociedade civil, negócios de impacto, fundações e institutos, dentre outras) que se proponha a gerar impacto socioambiental positivo poderá usar esse instrumento a seu favor”, adiantou Juliana. 

Outros destaques da conferência Metrics from the Ground Up 
 
Painéis e workshops foram distribuídos em três salas com atividades simultâneas. A programação contou com speakers de empresas como Fundo Vale, BNDES, Vox Capital, Visa, Anglo American Foundation, Latimpacto, Mercy Corps Ventures, Sweef Capital e Equality Fund.  
 
Foram dois dias agitados, de muito conteúdo e compartilhamento, que reafirmaram valores do Fundo Vale como construir capacidades e atuar em coalizões, uma vez que estivemos reunidos com atores do ecossistema para discutir desafios e aprender com a experiência de outras empresas.  
 
Destacamos algumas temáticas: 

  • “Condução de avaliações internas para investidores de impacto”. 
  • “Da triagem à medição de impacto: aproveitando o kit de ferramentas do Fundo de Igualdade para investimentos na perspectiva de gênero (GLI)”. 
  • “Coleta e análise de dados com WhatsApp, ChatGPT e muito mais”. 
  • “Medindo os impactos econômicos e socioambientais dos negócios comunitários”. 
  • “Ampliando a medição e gestão de impacto (IMM) com uma perspectiva de gênero e regenerativa”. 
  • “Medindo o empoderamento de mulheres e meninas”. 
  • “Fazendo o ESG funcionar para PECs em mercados emergentes”. “Ferramentas de gestão de impacto para empreendimentos de adaptação climática em fase inicial”.  

 
Mensuração de impacto no Fundo Vale 
 
Apoiar uma conferência com reconhecimento internacional como a Metrics from the Ground Up, promovido pela ANDE, é reafirmar o compromisso do Fundo Vale com o ecossistema de negócios de impacto socioambiental positivo, uma vez que, sem mensuração, não há gestão de impacto. As estratégias de gestão e mensuração podem apoiar no direcionamento dos negócios.  

No Fundo Vale, o GIMPACT foi construído para mensurar avanços e performance de impacto dentro da Teoria de Mudança. É um modelo transversal, aplicável em todas as iniciativas, cobre tanto fomento, quanto investimento em negócios de impacto.  

“Os objetivos que orientam a gestão e a mensuração de impacto do Fundo Vale são: tomar decisões baseadas em evidências; acompanhar nossa performance de impacto; manter relação de transparência com nossos públicos; garantir a intencionalidade do impacto ao escalar soluções; gerar aprendizagem e contribuir com as práticas do campo”, relembra Juliana.