Cerca de 5 mil hectares no Cerrado serão recuperados por meio desse método, no âmbito da Meta Florestal 2030 da Vale

A Regeneração Natural e a Regeneração Natural Assistida (RNA) – processos pelos quais um ecossistema se recupera espontaneamente ou com a mínima interferência humana, quando há condições ambientais favoráveis – fazem parte dos sistemas sustentáveis adotados na Meta Florestal 2030 da Vale para o alcance do compromisso voluntário de recuperar 100 mil hectares de áreas até o final desta década. Até o momento, 5,2 mil hectares de Cerrado, no estado do Mato Grosso, foram recuperados dessa maneira, como parte de um arranjo mais complexo com outros sistemas produtivos, como Sistemas Agroflorestais (SAFs) e Integração Lavoura, Floresta e Pecuária (ILFP).
A RNA é uma técnica que incentiva a recuperação da vegetação nativa, protegendo a área e favorecendo o crescimento de espécies locais, com a mínima interferência humana. A intervenção pode incluir o controle de espécies invasoras, preparação do solo, proteção contra incêndios e o cercamento da área.
“Idealmente, você realiza a regeneração natural em uma área que não seja tão degradada ao ponto de necessitar intervenção, ou em áreas que não sofram pressão de espécies exóticas. A principal vantagem do método é o baixo custo por hectare, já que os serviços ecossistêmicos, como fornecimento de água e dispersão de sementes, fazem o trabalho”, explica Guilherme Oliveira, diretor científico do Instituto Tecnológico Vale (ITV) – parceiro do Fundo Vale na Meta Florestal 2030.
A velocidade da recuperação, segundo Oliveira, depende do nível de degradação e da proximidade com áreas florestais conservadas, onde a biodiversidade local acelera o processo. “Microorganismos e pequenos invertebrados são fundamentais para a saúde do solo, assim como a ausência de espécies invasoras, como gramíneas exóticas ou samambaias, que podem impedir o crescimento da vegetação nativa”, destaca.
Como parte do portfólio da Meta Florestal, nosso investimento através de um Fundo de Investimento em Participações (FIP), adota uma estratégia equilibrada: metade da área está destinada à regeneração natural, enquanto a outra metade abriga florestas produtivas com certificação FSC. “As florestas produtivas são manejadas de forma sustentável com um propósito de sequestrar carbono e fornecer produtos florestais clima positivos,” explica Helio Laubenheimer, especialista em Carbono da Vale. “Essa abordagem não só substitui matérias-primas de elevada pegada de carbono, mas também propicia estocar carbono por um longo prazo”. Essa iniciativa fortalece o papel crucial da gestão florestal na transição para uma economia de baixo carbono, combinando preservação ambiental com produção responsável em um modelo de negócio sustentável.