Em cinco dias de evento, o Cubo Itaú recebeu centenas de pessoas em torno dos temas Inovação e Energia, Construção Sustentável, Bioeconomia, Mudanças Climáticas & Sociedade, COP30 e Agro e Carbono

Nos dias 4 a 8 de agosto aconteceu a São Paulo Climate Week, evento realizado no Cubo Itaú voltado à discussão de soluções para os desafios das mudanças climáticas. A programação reuniu especialistas nacionais e internacionais, lideranças empresariais, startups, representantes do setor público e membros da sociedade civil para uma série de debates, painéis e atividades distribuídas em cinco eixos temáticos: Inovação e Energia, Construção Sustentável, Bioeconomia, Mudanças Climáticas & Sociedade, COP30 e Agro e Carbono.
A Vale e o Fundo Vale marcaram presença no evento, contribuindo de forma significativa para os debates e iniciativas em prol do combate à crise climática. Rodrigo Lauria, diretor de mudanças climáticas e carbono da Vale, participou do painel “Minerais Raros e IA: Inovação Sustentável na Cadeia Global” e o Instituto Tecnológico Vale (ITV) participou de discussões sobre biodados.
“A São Paulo Climate Week é um dos eventos mais robustos do Brasil para a pauta climática, especialmente pela qualidade e diversidade da programação, que aborda desde avanços tecnológicos e inovação até temas sociais e bioeconomia. Essa abordagem abrangente impulsiona discussões profundas e práticas entre diferentes setores, mostrando como a colaboração e o diálogo plural podem gerar soluções concretas para os desafios socioambientais”, avaliou Patrícia Daros, diretora do Fundo Vale.

Um dos destaques da programação foi o painel “Estratégias Empresariais para a Amazônia: Conectando Negócios, Floresta e Clima”, side event promovido por Fundo Vale, Cubo ESG e Certi, com apoio técnico da Numerik, por meio da Comunidade Amazônia ao Cubo. Voltado a executivos e líderes engajados no desenvolvimento sustentável da região amazônica, o encontro contou com os painelistas Marcos Aurélio Da Ré (Fundação Certi), Susy Yoshimura (Grupo Carrefour Brasil), Estevan Sartoreli (Dengo Chocolates) e Luciana Di Paula (Algar Farming) e mediação de Giovana Serenato, da área de Inovação do Fundo Vale.
Como impulsionar a bioeconomia na Amazônia

Com curadoria do Fundo Vale, o painel “Do Investido ao Investidor: Como Impulsionar a Bioeconomia na Amazônia” reuniu representantes de iniciativas ligadas à inovação e ao empreendedorismo sustentável na região, com participação de Andrea Resende (Impact Earth/Amazon Bioeconomy Fund), Gabriela Souza (AMAZ Aceleradora), Julia Tatto (Assobio), Marcelo Salazar (Mazô Manah). A moderação foi de Liz Lacerda, da gerência de Amazônia e Parcerias do Fundo Vale.
Os participantes abordaram a importância de adaptar mecanismos financeiros à realidade amazônica – marcada por desafios estruturais, como logística, regularização fundiária e escalabilidade de modelos de negócios – e de desenvolver políticas públicas que incentivem o surgimento e a sustentabilidade financeira dos negócios de impacto. Como sintetizou Liz, “Nosso objetivo é falar sobre como impulsionar a bioeconomia na Amazônia, explorando o caminho do investido ao investidor, e trazendo insights práticos para o desenvolvimento sustentável da região”.
A conversa evidenciou que o protagonismo das organizações locais e o fortalecimento das redes de colaboração – desde cooperativas comunitárias até grandes fundos de investimento – são chaves para criar negócios que aliam resultados financeiros com impacto socioambiental.
Marcelo Salazar, citando sua trajetória, lembrou que o sucesso de longo prazo está na formação de ecossistemas diversos e cooperativos: “Floresta é diversidade. Para cada produto, há inúmeras cadeias, e só juntos conseguimos avançar”, reforçando que o envolvimento de comunidades como sócias dos negócios é uma inovação crucial para garantir não apenas geração de renda, mas também conservação da floresta. Gabriela Souza Santos, por sua vez, destacou que “a realidade amazônica é pré-competitiva; exige abordagens, capital e apoio técnico sob medida para o território”.
Ao abordar o papel do setor privado e a necessidade de inovação financeira, os painelistas enfatizaram soluções como blended finance, fundos híbridos e parcerias com universidades para P&D, além de advocacy por compras públicas e certificações como formas de destravar novos mercados. “O risco não é inovar, o risco é seguir apostando em modelos que negligenciam a natureza”, provocou Andrea, reforçando que o setor de bioeconomia precisa ser visto não como incipiente, mas como carente de investimentos estruturantes semelhantes aos que impulsionaram o agronegócio.
O painel concluiu que, para transformar a bioeconomia em vetor estratégico do desenvolvimento sustentável da Amazônia, é indispensável integrar conhecimento ancestral, políticas públicas robustas, criatividade financeira e colaboração ampla, convidando investidores e empreendedores a enxergarem o potencial único da região e a “criar negócios floresta”.
